CDS chama ministro Santos Silva ao Parlamento para discutir situação em Moçambique | ||||
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No mesmo requerimento, Telmo Correia frisa que pretende também uma discussão política sobre o assunto. Um dos maiores problemas que África atravessa atualmente é a situação vivida em Moçambique, devido aos ataques perpetrados por uma célula do Daesh. Segundo a Amnistia Internacional são já mais de dois mil mortos e 300 mil deslocados da província de Cabo Delgado, desde outubro de 2017. Ainda recentemente, a 28 de outubro, o Bispo de Pemba, D. Luiz Lisboa, reconheceu que a situação no território tende a deteriorar-se rapidamente, em virtude da chegada constante de deslocados à região, referindo que seriam já “cerca de 10 mil pessoas só nos últimos dias”, e que mais “continuam a chegar”, e acrescentando que “esta é uma crise humanitária muito forte para a qual nós pedimos, nós imploramos ajuda e solidariedade da comunidade moçambicana e da comunidade internacional”. Adiantou também que “são deslocados que estão a fugir das cidades vizinhas e das ilhas”. Referiu ainda que “essas pessoas, às vezes, ficam nas embarcações, três, quatro dias no mar. Então, chegam desidratadas, chegam doentes. Já houve partos durante a viagem. É uma situação muito difícil”. Já em abril D. Luiz Lisboa disse que "as Nações Unidas têm obrigação de ajudar", tal "como outros povos, a CPLP e outros países em geral, podem ajudar a amenizar o sofrimento desse povo", referindo ainda que Portugal "pela ligação que tem a Moçambique, tem também uma responsabilidade naquilo que puder ajudar, sobretudo na questão humanitária". Nestes termos, o CDS entende que o Parlamento português não se pode aliar deste grave problema humanitário e, nesse sentido, à semelhança do que já aconteceu anteriormente, com temas com a situação na Venezuela ou a cooperação europeia no combate ao terrorismo em África, solicitou ao presidente da CNECP uma discussão política sobre a situação vivida no norte de Moçambique, particularmente na província de Cabo Delgado. O CDS entende também que é essencial, para o eficaz acompanhamento pela Assembleia da República, particularmente da CNECP, que seja realizada uma audição do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sobre o mesmo assunto.
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