A situação nas nossas prisões é terceiro-mundista | ||
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“Negociar não é capitular e o Governo não pode passar a vida a faze-lo. Temos de perceber o que as partes querem”, disse Francisca Van Dunem na comissão parlamentar de direitos liberdade e garantias onde foi chamada por requerimento do PSD e CDS para falar da situação que se viveu em várias cadeias, nomeadamente em Lisboa e no Linhó e sobre as sucessivas greves dos guardas prisionais. A ministra garantiu que o Governo está aberto a fazer “alterações pontuais ao estatuto aprovado em 2014” e assumiu que esta situação de intransigência não se pode manter. Francisca Van Dunem explicou aos deputados que em dezembro houve reuniões com os sindicatos e que lhes foi pedido que definissem o que pretendiam, sendo certo que não haveria alterações substanciais ao estatuto aprovado em 2014. Os sindicatos disseram que “não abdicavam da promoção de 133 guardas a guardas principais e à equiparação à PSP”, adiantou. “Esta situação não se pode manter, não é sustentável e por isso o governo reuniu-se com os sindicatos e aguardamos resposta. Tudo é totalmente indesejável e inaceitável, mas não podemos falar de motins”, acrescentou a ministra, admitindo, contudo, ter sido “aceitável” a indignação dos presos quando souberam que não iam ter algumas visitas na época de Natal. O deputado do CDS Telmo correia considerou a situação “inaceitável num país democrático”. “Estamos a assistir repetidamente a uma série de motins em várias prisões. Em sete meses houve dez motins. É uma situação terceiro mundista e se não parar pode ocorrer uma tragédia séria”, afirmou.
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